Saturday, February 04, 2006

Em 2000 era assim...em 2006 continuamos na mesma!

(Transcrição duma pág. web www.qsl.net/ct1cir/vamos.html) com data de 2001
No dia da Feira da ARAL 2000, em Junho de 2000, as Direcções da ARAL e da REP assinaram, em Leiria, um Protocolo de colaboração entre estas duas Associações.
Pretensamente, o protocolo constante deste documento, tem em vista tornar mais funcional a ligação dos sócios da ARAL e de todos os Radioamadores do Distrito de Leiria com a Rede dos Emissores Portugueses, enquanto instituição que em Portugal representa os Radioamadores junto da IARU.
Depois de tudo o que se tem passado e da orientação estratégica que a actual Direcção da REP tem vindo a seguir, penso que se pode inferir que a REP pretende que todos os Radioamadores, através das associações locais, voltem a estar a ela vinculados. Ainda que duma forma indirecta.
A ideia até nem é de todo absurda se considerarmos como válido o entendimento que um Radioamador, sendo sócio duma dessas Associações passará a usufruir de vários serviços da REP, dentre os quais destacaremos o serviço de QSL, que é, no fundo, aquele que mais motiva os Radioamadores a inscreverem-se na Rede dos Emissores Portugueses.
Nesse caso, teremos que concluir, que não há qualquer necessidade dum radioamador, sendo sócio duma Associação que seja parte desse protocolo, ser, ele próprio, também sócio da REP. No entanto, dada a actual conjuntura, não me parece que este possa ser um objectivo da Direcção desta instituição. A não ser que as Associações parceiras da Rede dos Emissores Portugueses, no seu conjunto, cobrissem a quebra de receitas resultantes dos poucos sócios que poderiam permanecer, ainda assim, fieis pagantes.
O facto de a REP deter a representação nacional dos Radioamadores junto da IARU não está nem estará em causa. É uma sua prerrogativa que lhe advém do facto de ser sócia da IARU e, de acordo com as normas de funcionamento desta organização internacional de radioamadores só é aceite uma Associação por país.
No entanto, esse privilégio/dever, paga-se, visto que a IARU precisa de fundos para poder desenvolver as suas actividades no sentido da defesa dos interesses dos radioamadores. Esses fundos são provenientes das representações nacionais, no nosso caso, a REP. Consequentemente, também se aceita que a REP necessita de recolher os fundos necessários para a sua manutenção em funcionamento, incluindo o pagamento da parte que compete a Portugal na quotização para a IARU.
Se enveredarmos pelo caminho que se está a trilhar, isto é, as Associações Portuguesas pagam à REP para esta pagar à IARU, nada falta, do meu ponto de vista, para que se conclua que a solução ideal será passar a REP a funcionar como uma Confederação Nacional de Associações de Radioamadores. Por mim tudo bem. A própria UAPR penso que não veria nisso qualquer entrave à boa harmonia entre os radioamadores portugueses. Só que, entretanto, põe-se outra questão, também muito importante, e que mexe com vários interesses.
É que não é financeiramente comportável para a maioria de nós que um radioamador se inscreva como sócio duma associação regional ou mesmo nacional e ao mesmo tempo seja sócio pagante da REP. Pois se a sua representação e fruição de serviços já está assegurada através do protocolo existente com a sua Associação!...
A questão, parece-me a mim, é muito simples. Se certas pessoas não fossem tão teimosas algumas, comodistas outras e passadistas ainda outras, alteravam-se os Estatutos da REP, ficando esta a constituir-se como Confederação Nacional das Associações de Radioamadores. Os seus corpos gerentes passariam a ser os legítimos representantes das várias associações que pululam por esse Portugal fora, no que respeita ao melhor relacionamento com a IARU, por um lado, e as instâncias governamentais por outro.
É que são estas entidades que, pela sua acção ou inacção , podem determinar o futuro do nosso hobby. Desta forma os radioamadores, com uma só quota, passariam a usufruir de todos os serviços e direitos que lhe proporcionariam esta convergência de esforços. E repare-se que esta ideia até nem é original. Simplesmente, por circunstâncias várias, ainda não se conseguiu que nenhuma Direcção da REP encarasse este problema de frente.
Foi para obviar a esta e outras falhas na organização nacional dos Radioamadores Portugueses que surgiu a UAPR - União das Associações Portuguesas de Radioamadores, mas , pelo que se vê, também não está a resultar, em termos práticos, porque há muita desinformação quanto aos seus objectivos e alguma falta de empenho dos seus dirigentes*.
Há que dar a volta ao texto ...
Leiria, 12 de Fevereiro de 2001
António A. S. Nunes
CT1CIR
* O autor também se inclui neste grupo, visto que tem feito parte dos corpos sociais da UAPR, em representação da ARAL. ?!! poderá observar o leitor menos atento. A verdade é que a ARAL, em Assembleia Geral Extraordinária e por unanimidade, aderiu à ideia de se constituir uma Federação das Associações Portuguesas de Radioamadores que acabou por se designar União. A verdade é que nunca foi a União de todas as Associações Portuguesas de Radioamadores como se pretendia inicialmente. Mas nem por isso deixa de constituir uma "União" no sentido de que se trata duma "Federação".
Claro que nada neste Mundo é definitivo. Nada me incomoda que esta venha a constituir mais uma etapa na vida do movimento associativista dos Radioamadores Portugueses e que se tenha que evoluir noutra direcção.

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